BENVINDO!

Sentemo-nos a mesa das memórias de vida, roteiro de viagens, imaginações e arrebatamentos artísticos acompanhados de uma poesia melódica ou um conto massajante que envolva o espírito numa passeata sem limites!

segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

ANA MALUCA

Ana Maluca, menina mulata de corpo doce como nenhum outro que fosse num bairro limitado a delirar por ela cheia de posses. Enloqueceu na crista da morte da mãe faz-tudo que levou tudo que pudesse fazer sustento. Enloqueceu para esconder a vaidade de não mendigar um pão em qualquer vizinho que chamou cão num passado de vida abastada junto de rameiras bastardas criadas pela mãe sacrificada. Naquele tempo, criou o mito de mulher cara que não leva a cara na rua sem um carrão. Hoje de olhar perdido e espírito aflito, deambula na rua rebolando a mbunda, quando passa diante dos putos da banda. Ninguém mais olha o sujo que cobriu a pele lustra, a palha que misturou o cabelo liso. Passa sem brilho num sonho passado ao embrulho em jovens galanteadores, dantes admiradores, que só gritam de abuso: Ana Maluca!

Sem comentários:

Enviar um comentário